COMPANHIA SATÉLITE
21 anos
DRAMA – No domingo do Tanabata Matsuri - uma festa típica japonesa onde as pessoas fazem pedidos para as estrelas - um homem de meia idade, caixa de pedágio em crise existencial, mal humorado e pessimista, estuda Literatura brasileira para o vestibular em um parque público para recomeçar sua vida aos 40 anos de idade. Ele gosta de Beethoven e praticar exercícios físicos em uma dessas academias populares. Durante seu descanso dominical, ao ler um livro que estuda para o vestibular, encontra um herdeiro otimista que coleciona borboletas e vê sempre a vida pelo lado positivo. Diálogos são travados na tentativa de se fazer uma amizade. As antagônicas visões de mundo entram em conflito até que encontram um menino vestido com um kimono, e sua mãe – assistente e esposa do atirador de facas que está vestida de gueixa para a festa – artistas de circo, que trabalharão na festa japonesa. Os personagens vivem situações inusitadas em uma história divertida com tom contemporâneo, carregada de humor, poesia e emoção que faz rir e refletir sobre a leveza da vida e possibilita direta identificação e comunicação com o público de todas as idades.
“A borboleta dançando parecia a brisa beijando a primavera” é um espetáculo pop de dramaturgia contemporânea, original e inédito. Surgiu com a necessidade de se falar da leveza da vida ao público com humor e poesia, a partir da observação do autor dos momentos de lazer das pessoas, seus hábitos e costumes. O autor quis retomar o prazer de contar uma história com começo, meio e fim, com personagens humanos, realistas e que questione o próprio entretenimento e a cultura, visto que a grande maioria do público costuma ir ao teatro aos finais de semana. A metrópole de São Paulo possibilita o encontro de pessoas de classes sociais e visões de mundo distintas em locais públicos como espaço da ação - um parque que abriga uma academia popular, bem típica da cidade.
O pano de fundo escolhido para o desenrolar da comédia foi o Tana bata Matsuri, uma típica e tradicional festa japonesa (realizada no Bairro da Liberdade em São Paulo), onde as pessoas fazem desejos profundos e pessoais para as estrelas, comemorando a vida.
São colocados em cena dois personagens de classes sociais distintas: um caixa de pedágio em crise existencial que resolve prestar vestibular aos quarenta anos para recomeçar a vida, mal humorado e pessimista, e um senhor excêntrico herdeiro, deficiente físico, de bem com a vida, otimista, que coleciona borboletas.
Na tentativa de se fazer uma repentina amizade, no fim de semana ensolarado, eles abordam alguns temas em seus diálogos, a saber: alegria de viver, amizade, arte, circo, cultura japonesa, dança butô, deficientes físicos, diversão, esperança, esportes, fé, felicidade, peteca, frutas brasileiras, lazer, leveza da vida, literatura brasileira, literatura internacional, música clássica, otimismo, vocação, redes sociais, superação, esportes, talento e trabalho.
Com a chegada de um menino, vendedor de balões em um circo que está nas redondezas, que espera sua mãe as certezas das personagens principais são colocadas em xeque, visto que ele traz uma nova visão de mundo.
Finalmente a mãe do menino surge, vestida de gueixa para a festa oriental. Ela é esposa e assistente do atirador de facas do circo, e está cheia de hematomas, devido a brigas conjugais. Ela traz uma quarta visão de mundo e explica para os personagens e para o público as belezas da festa das estrelas no intuito de acender a esperança que mora no coração de cada um de nós e elevá-la aos céus. Através desta personagem, o Butô, o Teatro No e o Kabuki tomarão a cena através de um diálogo contemporâneo com estas tradicionais formas de expressão artística do povo japonês.
Cultura erudita e cultura popular fundem-se o tempo todo, sem medo, de forma acessível, nos diálogos dos personagens, bem como a conexão com a dramaturgia contemporânea internacional em sua forma e conteúdo, contribuindo para a modernização da produção teatral, em fusão com a tradição da teatralidade popular, aqui presentes no universo circense e na direção de tom cômico.
A direção do espetáculo potencializará situações cômicas sugeridas pelo autor, as diferenças dos personagens, seus conflitos interiores e exteriores, levando ao público poesia, emoção e entretenimento, com graça e inúmeras possibilidades de reflexão sobre a vida e a realidade das metrópoles que nos cercam, em uma direta identificação contemporânea com o público.
Trata-se de um espetáculo popular com dramaturgia contemporânea, mas não popularesco que dialoga com a Cidade de São Paulo de forma direta. É destinado a todo tipo de público, de todas as idades e classes sociais, fazendo com que o Teatro, nas palavras de Bertold Brecht, atinja sua maior condição que é a de diversão. Contem o DNA da COMPANHIA SATÉLITE – a busca de falar do espírito do nosso tempo, o Zeitgeist que nos circunda.
Proposta de encenação
A encenação de “Fim de semana” mesclará a direção de atores e requinte estético comum aos trabalhos da Companhia Satélite.
O estudo minucioso da alma de seus personagens, a unidade de sua linguagem corporal e vocal, suas diferenças e idiossincrasias, visto que um é pessimista e pobre e o outro é otimista e rico, com abordagem cômica das cenas propostas pelo autor.
Por se tratar de um texto realista, com requintes de poesia e comédia, serão utilizadas técnicas da comédia popular, bem como coreografias inspiradas no butô, dança japonesa citada no texto.
O texto será seguido à risca, respeitando as rubricas propostas pelo autor. Momentos de lirismo harmonizarão com o humor cortante do texto. O ritmo dos diálogos, a poesia dos solilóquios característicos do autor serão trabalhados nos ensaios em fusão com o tom de fábula adulta com influência oriental.
A pesquisa dos elementos contemporâneos que o texto contem será garimpada no bairro onde a ação se passa – A Liberdade – seus moradores, comemorações, costumes, vestimenta, hábitos, etc. A linguagem de direção, junto á sua equipe, harmonizará todos os elementos estéticos e visuais que integram o espetáculo e terá como base Os irmãos Marx, HQ´s, musicais, comédias dos anos 50, e 60, como os filmes de Jerry Lewis, Pixar, Woody Allen e Walt Disney,e desenhos animados, em uma visão pop, colorida e vibrante, buscando uma catártica comunicação com todo o tipo de público, levando-lhes um entretenimento de qualidade no seu conteúdo e estética audiovisual.
Concepção de cenário, de figurino, de iluminação e de música;
A cenografia ambienta uma praça pública, onde se passa a ação da peça. O uso de cores é muito presente, inspiradas nas cores da festa-pano de fundo do espetáculo, o Tanabata Matsuri – vermelho, azul, amarelo, rosa, verde, azul e branco. Os elementos decorativos japoneses da festa – os tanzaku e os peixes são inseridos aos poucos. (ver ilustração).
Os figurinos são realistas, coloridos, o homem 2 usa um agasalho de ginástica laranja, e o homem 1 usa roupas falsificadas de cores pastel. O uso de maquiagem é um elemento presente e significativo, nas perucas, sobrancelhas, bigodes, maquiagem de gueixa. O menino usa uma calça colorida, pés descalços e uma faixa na cabeça, está bastante sujo, pois é artista de rua. A Gueixa usa um kimono de casamento exuberante, com um mix de estampas, predominantemente rosa, com alusão á primavera.
Trilha sonora
A trilha mescla música erudita ocidental (Beethoven, Mozart) com música japonesa tradicional, rock clássico (Beatles), rock contemporâneo (MGMT, Snow Patrol, Radiohead), MPB (João Gilberto, Gilberto Gil e Caetano Veloso) e música pop (New Order, Bjork).
Iluminação
A iluminação ambientará a passagem de tempo em um dia ensolarado – começará azul clara, no início do dia, passando por magenta ao meio dia, lilás-laranja ao alvorecer e azul marinho no fim do dia.
sinopse
Gabriel Calamari
é o filho da gueixa e do atirador de facas.
Claudinei Brandão, o pobre pessimista e Dionisio Neto o rico otimista.
O Teatro Nô, o Butô e o Kabuki se encontram.
Os quatro personagens se encontram em uma praça no Tanabata Matsuri.
Jeyne Stakflett é a gueixa, mulher do atirador de facas do circo.